Contribuição de alunos do CURSO ONLINE -Março 2021.
Autores: Ana Karine Loureiro Gonçalves Willcox Furley (ES), Celina Maria Colino Magalhães (PA), Eduardo Fernando Rainha Alves de Carvalho (Portugal), Elizabeth Paula Resende de Oliveira (MT), Francisca Eulalia Freitas Silva (RJ), Geania Moreira Alves (SP), Iani Dias Lauer Leite (PA), Priscila Araujo de Jesus Bins (ES), Querubina Castello Ruiz (SP).
Sabe-se que há no Brasil aproximadamente 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; que, em 2025, esse número chegará a 32 milhões, passando a ocupar o 6º lugar no mundo em número de idosos; e, em 2050, provavelmente, o número de pessoas idosas será maior ou igual ao de crianças e jovens de zero a 15 anos; fato marcante em todo o mundo. O impacto dessa nova "ordem demográfica" é imenso; o desafio é, portanto, considerável (Estatuto do Idoso, 2013).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015) afirmou que um país é considerado envelhecido quando 14% da sua população possui mais de 65 anos. Isso siginifica que o país está envelhecendo e os dados demonstram o aumento da expectativa de vida e a necessidade de uma adaptação a essa nova realidade (Tier, Fontana & Soares, 2004), o que implica investimentos no conhecimento sobre a velhice e na estrutura para prover cuidados e bem-estar.
Nesse contexto, políticas públicas da saúde e da assistência social instituem a Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI), espaço institucional para atendimento integral às pessoas com 60 anos ou mais, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em domicílio unicelular (Born& Boechat). Ações de cuidado, saúde e socioeducativas são desenvolvidas na ILPI. Assim, incluir atividades voltadas ao lazer se torna de fundamental importância para os idosos.
O lazer entendido como os jogos, a brincadeira, a festa, o passeio, a viagem, o esporte e expressões artísticas permitem ao idoso ter uma vida saudável e viver essa fase de maneira mais ativa, participativa e integrada ao meio social, pois o brincar possibilita bem-estar, prazer, alegria, momentos de desenvolvimento, conhecimento e aprendizagem. Auxilia ainda a melhora da saúde e minimiza possíveis perdas das capacidades físicas, psicológicas e sociais presentes na vida do idoso (Foltran e Oliveira, 2020).
Nessa direção, sugere-se a Brinquedoteca BrinqueIdoso, um espaço criado para favorecer a brincadeira, possibilitando momentos de alegria e felicidade. O projeto tem como MISSÃO desenvolver e proporcionar atividades lúdicas em instituições de longa permanência e socializar os conhecimentos científicos sobre o papel da ludicidade na saúde física e mental, dos idosos, equipe técnica e cuidadores.
Como VISÃO, propõe ser reconhecida regional, nacional e internacionalmente pela qualidade do serviço prestado, na produção de conhecimento e em práticas sustentáveis, criativas e inovadoras integradas à sociedade e a busca de qualidade de vida. E como VALORES, defende o respeito à ética e à diversidade étnica, cultural, de gênero e de orientação sexual; a defesa dos direitos humanos; o ambiente social e sustentável; a universalização do conhecimento, o pluralismo de ideias e de pensamento e a garantia da acessibilidade ao espaço e as atividades planejadas.
O projeto foi pensado para o espaço de uma sala organizada com três ambientes distintos e com mobiliários de fácil locomoção/mobilidade que permitirá uma reorganização de acordo com a atividade proposta e inclui idosos acamados nas atividades lúdicas, devido a mobiliário circulante. Os três ambientes da sala são:
a) Espaço Jogos: entre outros, envolve a disponibilidade de uma variedade de brinquedos, selecionados previamente em função da condição dos brincantes, voltados ao fortalecimento da memória, sociabilidade, cooperação, habilidades cognitivas, motoras, afetiva etc;
b) Espaço de Leitura, Contos e Encantos: Essa atividade permite que eles vivenciem no conto as suas próprias experiências, promovendo aos idosos resgatar antigas lembranças, criando um sentimento de prazer e empatia, estimulando o cérebro e a memória, sendo um grande aliado no combate ao Alzheimer.
c) Espaço de Musicalização e Corporeidade: envolve, entre outras funções, a utilização de instrumentos musicais de cordas e percussão, havendo possibilidades de adaptação das ações de acordo com as especificidades de cada indivíduo. Em se tratando das atividades voltadas para o movimento (que podem incluir a música), o espaço permite movimentação livre, inclusive para aqueles que utilizam auxílio de objetos como cadeira de rodas e andadores.
Referências
BORN, T. & BOECHAT, N.S. A qualidade dos cuidados ao idoso institucionalizado. In: Freitas, E.V., Py, L., Cançado, F.A., & Gorzoni M.L. Tratado de geriatria e gerontologia. (4ª ed.). Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan, 1131-1141, 2017
FOLTRAN, E.P., OLIVEIRA, R.C.S. A presença do lúdico na vida do idoso. Faculdade Sant´Ana em Revista, Ponta Grossa, v.4, p. 30-51, sem 2020. Disponível em: https://www.iessa.edu.br/revista/index.php/fsr/article/view/1736 Acesso em10 de Março de 2021.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Resumo sobre o Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde [Internet]. Traduzido e organizado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Geneva: OMS; 2015 [acesso em 16 jun. 2019]. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/186463/1/9789240694811_eng.pdf?ua=14.
TIER, C. G., FONTANA, R. T. & SOARES, N. V. Refletindo sobre idosos institucionalizados. Rev Bras Enferm., Brasília (DF), maio/jun;57(3):332-5, 2004.